segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vivenciando

Quando pensamos educação temos que partir do pressuposto que conhecemos a clientela e assim formar as bases de uma educação que envolva a liberdade e o respeito as diferenças.

Muitas vezes, nós professores, erramos por não conseguir estabelecer relações com o mundo do educando e pensamos que a educação é uma coisa estática, fora do tempo e do mundo do educando. Não levamos em consideração o conhecimento que nossos alunos trazem consigo, anulamos seus conhecimentos e não os utilizamos como algo já prévio para novas aprendizagens.

Todo o conhecimento que o aluno traz e que nós chamamos de conhecimento popular deve ser respeitado e considerado, portanto pode e deve ser utilizado como base para a elaboração de um conhecimento mais sólido; deveremos partir das experiências vivenciadas por nossos educandos dentro de seu mundo ( família, trabalho, grupos sociais ...) e ir, aos poucos propondo estratégias como pesquisas e projetos que envolvam uma busca mais teóricas destes conhecimentos prévios para que situações limites sejam rompidas.

Situações limites

A educação libertadora leva homens e mulheres a dar-se que as situações – limites não são mais “fronteira entre o ser e o nada, mas uma fronteira entre o ser e o mais ser”, que deve ser superada para o desaparecimento da opressão.

Uma das primeiras estratégias seria a autoria do educando em seu processo de educação, pois seria algo de interesse do aluno, seria uma necessidade pessoal e não imposta por terceiros. O aluno partiria de uma dúvida e com essas dúvidas partiria em busca de suas verdades.

Outra vez Paulo Freire

No livro Pedagogia do Oprimido diz Freire (2007, p.60), “Não podemos esquecer que a libertação dos oprimidos é libertação de homens e não de coisas. Por isto, se não é autolibertação – ninguém se liberta sozinho -, também não é libertação de uns feitos por outros”.

A educação nos parece que seja o método que impregnará de sentido a vida. Mas para dar certo precisamos de pessoas, principalmente educadores, comprometidos com o processo educacional.

O educador deve também se preocupar com o conteúdo ético que seu aluno receberá, pois se formos coerentes, nossas práticas se tornarão mais transparentes e nossos alunos aprenderão a inserir-se em todo o processo educativo e isso provocará mudanças e tomadas de atitude.

O professor precisa aprender a discutir o conteúdo com seus alunos e a necessidade destes, pois um ser educado para autonomia verá o outro também como um ser autônomo e igual.

Para que esta educação libertadora ocorra precisamos fazer com que o aluno entenda que está inserido no mundo e dele faz parte.

Não tenho experiência de EJA, mas tento aplicar , com meus alunos, da maneira possível a teoria de Paulo Freire no que diz respeito a integração do conteúdo com a vida.

Tento fazê-los envolver-se com o que está sendo proposto em aula, levando sempre algo que para eles têm significado