domingo, 16 de novembro de 2008

O nosso sistema educacional

Muito se lê e se ouve quanto à educação na região Norte e Nordeste do Brasil. A pobreza impera, os alunos são subnutridos, os professores não têm formação, as escolas estão caindo aos pedaços, os governantes são corruptos, a merenda escolar é desviada... Pobres alunos. Pobre povo...
Para nós que estamos no Sul, na região “rica”, o Norte e Nordeste fica lá longe, muito distante não é Brasil. Pelo menos parecia que era assim. Estávamos na “caverna” com a cabeça amarrada somente vendo as sombras no fundo e achando que a realidade era aquilo que estávamos vendo.
Hoje com o advento das tecnologias trocamos mensagens com professores de todos os cantos do Brasil, bem como de nossas cidades e começamos a perceber os problemas que os alunos enfrentam e também os problemas que cada um de nós tem, nos mais diferentes aspectos, no que tange a educação:
Dinheiro destinado à educação desviado.
Merenda que não chega as escolas ou quando chega está estragada.
Governantes que não pensam em educação em longo prazo.
Escolas sucateadas.
Violência adentrando as escolas.
Professores desmotivados pela falta de dinheiro e de respeito.
Escolas que não propiciam encontros de trocas de saberes.
Professores que para sobreviverem têm uma longa jornada de trabalho.
Essa é a realidade da escola pública.
Pais com mais conhecimentos e mais politizados procuram escolas particulares para seus filhos. Mas não é a solução. Um bom pai fiscaliza e cobra uma escola de qualidade para seu filho.
Mas penso que não se pode somente culpar o Estado pelos problemas educacionais encontrados, pois a grande parte dessa culpa cabe aos professores que desmotivados, ou não capazes de um emprego melhor, não fazem um bom trabalho e colocam a culpa no sistema de ensino.
Os governos poderão fazer o impossível para melhorar todos os aspectos que citei anteriormente se o professor não tiver Vontade tudo continuará a ruir, o diferencial ainda está na figura do professor. Um bom professor, consciente de seu papel e com boa formação será o diferencial entre uma escola e outra, entre uma rede de ensino da outra.
Um bom dirigente estadual propicia melhores condições para escola e melhores condições de vida para professores, bem como fiscaliza e cobra.
Os professores das regiões mais pobres do Brasil se melhor remunerados e melhor preparados para a função com certeza mudarão os rumos das escolas e diminuirão as diferenças entre as regiões brasileiras. Porém é algo que depende da vontade política dos governantes e a educação, com certeza, não é o que move essa vontade.
E se essa vontade não aparecer as escolas particulares continuarão enriquecendo seus donos e as públicas continuarão a lidar com problemas de todas as ordens..

A prática docente

A prática docente

Como diz Paulo Freire não há docência sem discência.
A profissão “professor” é, mesmo que não se queira aceitar, diferentes das demais profissões. A “técnica” é diferente e não é usada de maneira imparcial. O professor assume posições, envolve-se com seus alunos ultrapassa a “técnica”, pois há uma interação entre os seres envolvidos e, portanto, deixa de ser algo simplesmente “técnico”. O professor está colocado dentro do seu trabalho e não pode e não consegue se afastar, não deixa de ser professor quando ultrapassa os portões da escola (diferentemente de outros profissionais que conseguem se distanciar de suas profissões quando termina seus horários).
Acho que aqui reside o grande problema em relação a melhoria de qualidade na educação. Os governantes também não conseguem separar professor / pessoa. Confundem o profissional, o trabalhador com a pessoa que assume o papel. Confundem o papel de professor com o de pais. Se forem “pais” não devem receber salários bons para educar seus “filhos”.
O professor fica preso nessa teia política. Não consegue sair e se tornar pesquisador de seus próprios problemas. Tem que aceitar que profissionais que estão fora das salas de aula estudem, pesquisem e digam o que deve ou não ser feito com seus alunos para a melhoria da educação...
Mas o quadro começa a mudar (aos poucos, muito devagar). Estamos aprendendo, estamos caminhando, estamos começando a nos interessar por pesquisas. Estamos como diz Tardif refinando nossos olhares e dando-nos conta que ser professor já nos torna profissionais diferentes.
Já estamos nos dando conta de toda a ética e do processo epistemológico envolvido no processo.
No semestre anterior nos foi sugerido ler Pedagogia da Autonomia e agora lendo Tardif não pude deixar de fazer ligações entre os dois autores.
Freire deixa perpassar em suas obras o problema ético na educação. Este problema de ordem prática é visto em todas as falas do autor: o problema comportamental de professores em sala de aula.
Este problema, a ética, não é algo novo em salas de aula, haja vista o tempo que este problema está sendo estudado. Cada vez com mais vigorosamente.
Paulo Freire preocupou-se em estabelecer relações de como a ética se realiza dentro do processo educacional, pois segundo ele, homens e mulheres são seres históricos-sociais e, então, capazes de comparar, valorar, intervir, escolher, decidir, romper e assim, portanto, tornando-nos seres que vivem dentro de um sistema ético.
Para Freire torna-se impossível ensinar eticamente se este ensinar não seja seguido da prática, pois tanto aprendemos como ensinamos a aprender e eis em Freire, assim como em Tardif, a relação entre a teoria e a “técnica”.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Marx e a educação e a educação de hoje

Para Marx a educação deveria acompanhar o desenvolvimento do homem. Mas parece que isso não aconteceu, pois a educação parece que ainda esta presa no século XVIII. A educação, a escola não muda e não consegue alterar a sociedade. Precisam ocorrer mudanças muito fortes para a escola deixar de lado seu currículo que privilegia o capitalismo. Precisamos de um ensino voltado para a inclusão dos menos favorecidos.
A escola se quiser poderá ser o ponto de equilíbrio entre as classes sociais. Poderá, se assim desejar, mudar um quadro político e econômico que é, ainda hoje, de total opressão.
Segundo Mészáros: “A doutrina materialista relativa à mudança de circunstâncias e à educação esquece que elas são alteradas pelo homem e que o educador deve ser ele próprio educado. Portanto, esta doutrina deve dividir a sociedade em duas partes, uma das quais [os educadores] é superior à sociedade. A coincidência da mudança de circunstâncias e da atividade humana ou da automudança pode ser concebida e racionalmente entendida apenas como prática revolucionária”
O professor precisa dar-se conta do seu papel social, precisa assumir uma “ética universal”, “a ética que condena a exploração da força de trabalho do ser humano, a ética que se sabe traída e negada, a ética hipócrita e afrontada nas manifestações que discriminam raça, gênero e classe”. (FREIRE, Pedagogia da Autonomia).

Mas voltando a Marx, não consigo concordar plenamente com as suas idéias quanto a colocação das crianças no mercado de trabalho, nas linhas de produção conforme as suas idades, como um meio das classes menos favorecidas ascender ao poder.

domingo, 12 de outubro de 2008

Refletindo ...

Nem sempre uma pessoa que já tem dezoito anos ou mais pode ser considerado adulto. Hoje principalmente vemos jovens “adultos” que ainda não abandonaram o lar paterno. E temos também adolescentes (digo adolescentes devido à idade) que já assumiram responsabilidades que muitos adultos ainda estão longe de assumir.
A idade mental e a idade cronológica então nem sempre estão em sintonia.
Na sala de aula também ocorre de termo alunos com 12 anos ou mais e que ainda não estão no estágio das operações formais assim como temos alunos com nove, dez anos que já estão fazendo abstrações.
Cabe ao professor identificar os diferentes estágios de desenvolvimento de seus alunos para melhor solucionar os problemas dos mesmos. Se o professor perceber que o aluno apesar de sua idade precisa do concreto, deve utilizar e muito deste recurso. Se o aluno precisa de trocas, deve oportunizá-la.
Geralmente trabalho com meus alunos em grupos e os coloco em grupos bem misturados, pois agora acredito nas trocas e nas apropriações dos saberes dos outros. Incentivo-os a serem “ladrões” de conhecimentos. Durante os trabalhos de pesquisas e apresentações sempre distribuo os grupos de forma bem heterogênea. As trocas entre os alunos são na maioria das vezes, muito mais proveitosas do que quando passadas pelo professor.
Essa troca é um fato que ocorre em diferentes níveis de aprendizagem.
Aqui mesmo no Pead notamos que as trocas de conhecimento e de saberes ocorrem com maior freqüência e são de extremo valor, tanto para quem passa o conhecimento quanto para quem o recebe.
Quando iniciei no curso encontrava-me totalmente perdida, precisava muito e olhava o trabalho de meus colegas, via como estava elaborado e qual era a idéia que eles estavam apresentando, mandava e-mail, pedia socorro... Precisava do suporte de alguém ou de algo. Sentia-me muitas vezes envergonhada de estar me apropriando das idéias de outros. Mas consegui ir vencendo e comecei a trabalhar com mais autonomia.
Mas isso foi muito bom para mim enquanto professora, pois foi a partir do Pead que realmente me dei conta, que o ser humano que está em processo de conhecimento, não importa em que idade precisa de trocas, precisa aprender com o outro e que isso não deve ser um entrave em toda a caminhada, mas sim o próprio caminho. E agora que aprendi e vivenciei essa situação consigo me colocar no lugar do meu aluno, percebendo as angústias que ocorrem quando ele se sente sozinho e sem apoio. Assim como noto o seu real aprendizado quando inserido em um grupo onde as trocas estão sendo oportunizadas.

domingo, 28 de setembro de 2008

Paulo Freire e Maturana.

Luciane M. Corte Real em seu texto diz “Quando, numa conversação, muda a emoção, muda também o fluxo das coordenações de coordenações comportamentais consensuais e vice-versa. O entrelaçamento do linguajar com o emocionar se estabelece na convivência, adquirindo uma estabilidade que gera consensualidades. Podemos observar redes de conversação que configuram relações hierárquicas baseadas no medo. Outras, que configuram relações mais heterárquicas, baseadas no amor. Se levarmos isso ao cotidiano das relações entre educadores e educados, também podemos verificar que tais emoções condicionam posições frente à aprendizagem, facilitando-a ou dificultando-a.”
Paulo Freire (Pedagogia da Autonomia, p. 69) diz que historica e socialmentes, nós homens e mulheres nos tornamos os únicos capazes de aprender. Somos os únicos seres “em quem aprender é uma aventura criadora”. Aprendemos e aprender para nós é construção, reconstrução. E essa construção e reconstrução são muito mais do que algo condicionado.
Percebe-se na fala dos dois autores a importância da linguagem, pois é ela, a linguagem, que determina a posição do homem no mundo e estabelece o desenvolvimento humano. E falar está diretamente ligado ao escutar e somente que escuta é capaz de “falar” como afirma Freire (p.113). E esse falar podemos entender em Maturana como “determinado encontro com o outro”.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

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Primavera

Primavera

Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


domingo, 14 de setembro de 2008


Maturana

“A emoção fundamental que torna
possível a história da hominização é o amor” (Maturana, 1999, p. 23).
Maturana defende a idéia que o fazer e o conhecer têm um importante papel no desenvolvimento e no agir humano e será isso que estabelecerá as nossas relações.
A emoção mostra como agir e a linguagem mostra como estabelecer relações com o emocionar do outro.
Viver e conhecer são pré-requisitos da condição humana. Viver e conhecer portanto estão em relação direta, pois quem vive conhece e quem conhece estabelece relações, aceitando-as ou modificando-as, pois o nosso mundo é a nossa visão deste mundo e nós observadores do mundo não somos seres separados dos fenômenos que observamos. E nesse aceitar ou recriar vamos nos socializando.
O ato de socialização, da aceitação do próximo, do reconhecimento que o "outro" é o outro "eu" são atos que possibilitam a construção do amor.
Isso lembra muito Paulo Freire quando diz: "Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo,que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."
E também lembra muito Martin Heidegger quando ele diz que a linguagem é a casa do ser e, também quando ele afirma que vivemos neste mundo de forma inautêntica, alienando-nos e esquecendo-nos do "ser".

sábado, 13 de setembro de 2008

Passos para desenvolver um Projeto

1.Introdução
2.Justificativa
3.Objetivos
3.1Objetivo Geral
3.2Objetivo Específicos
4.Marco Teórico e Revisão Bibliográfica
5.Metodologia
6.Cronograma
7.Referência
8.Anexo (se houver)


1.A introdução deve conter.
a)A Descrição do Tema Geral
b)A Delimitação do Tema Geral (que poderá aparecer como subtítulo)
c)O problema encontrado dentro do tema que será oproduto final da pesquisa.
d)Na introdução dispensa-se citações.

2.A Justificativa deve conter:
a)As razões que motivaram a escolha do tema (o por que de um determinado tema)
b)Assinalar a importância do tema escolhid: para a escola, para o grupo, para a sociedade, entre outras.

3.Os Objetivos devem conter:
O objetivo geral que é formulado a partir do tema geral mais o problema que a investigação vai esclarecer.
Os objetivos específicos que traduzem as etapas que o autor do Projeto terá que percorrer para a realização do objetivo geral.

4.O Marco teórico e a Revisão Bibliográfica devem conter:
a)a descrição do pensamento (a concepção teórica, a idéia central do autor ou autores) que trataram do tema escolhido.
b)B) Breve relato histórico do aparecimento do tema e como este tema está sendo estudado atualmente.
c)Indicação dos textos e dos autores que tratam do tema.
d)Definições de alguns termos essenciais para compreensão do tema (o glossário).

5.A Metodologia deve conter:
a)O Tipo de Pesquisa que norteara o trabalho monográfico (Pesquisa Instrumental – dogmática. Sócio-Jurídica ou Epistemológica (Jurídico-filosófica).
b)Os Métodos que serão empregados na Pesquisa (Dedutivo, Indutivo, Diáletico, Histórico, Interpretativo, Estudo de caso etc).
c)As técnicas que serão também utilizadas (Pesquisa bibliográfica, Pesquisa documental, Entrevistas, Questionários).

6.O Cronograma deve conter:
As atividades que comporão a Pesquisa, repartidas eqüitativamente dentro do tempo que o autor dispõe para sua realizçaão.Saõ elas basicamente as seguintes; (Pesquisa Biliográfica, Leitura e fichamento do material coletado, Redação, Revisão da redação, Redação definitiva).

7.As Referências devem conter:
Listagem dos livros, artigos de revista e jornais ou textos captados na Internet que contribuíram para elaboração do Projeto, de acordo com as regras da ABNT.

Disponível em: http://www.ccj.ufpb.br/pdf/modeloprojeto.pdf

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O tempo passa ...


O tempo passa rápido...
Várias coisas para fazer ... textos para ler ...
Mas ainda estou aqui ...
Às vezes indignada porque alguém apagou o que eu coloquei no pb wiki...
Às vezes mais tranqüila, como uma pessoa adulta deve ser ...

domingo, 17 de agosto de 2008

Organização e Gestão Escolar



QUADRO 1 – CONCEITOS ESTRUTURANTES

CONCEITOS BÁSICOS

O QUE EU SEI?

DEMOCRACIA : Governo do povo e para o povo.
ESTADO:Conjunto organizado das instituições públicas.
GLOBALIZAÇÃO:É o envolvimento de vários países e suas interdependências econômicas no mercado.
PARTICIPAÇÃO:É o ato de participar de algo. Envolvimento.
NEOLIBERALISMO:Doutrina política e econômica que defende total liberdade de mercado.
POLÍTICA:Tudo aquilo que diz respeito ao cidadão.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS:São todas as políticas, leis, normas que dizem respeito a educação. Desde as mais simples, que são usadas em salas de aula, até as mais complexas que dizem respeito a educação como um todo( LDB).
POLÍTICAS PÚBLICAS:“O conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público que visa dar conta de determinada demanda, em diversas áreas. Expressa a transformação daquilo que é do âmbito privado em ações coletivas no espaço público” (Fonte: http://pt.wikipedia.org)

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Organização do meu tempo


quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Reflexão

Quinto semestre. Quantas expectativas. Espero estar pronta e menos ansiosa para dar conta do semestre.
A máquina já não mais me assusta. O domínio está quase "bom".
Espero:
ler mais...
participar mais...
colaborar mais ...
conhecer mais...
me admirar mais e
sonhar mais.

sábado, 12 de julho de 2008

Blog da minha turma

Turma da Prô Elaine

domingo, 15 de junho de 2008

Trabalhando perguntas com os alunos dentro de uma proposta interdisciplinar

Interdisciplina: EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO
Professor: Patrícia Alejandra Behar
Aluna: Elaine Maria Oliveira de Oliveira
Data da postagem: 14/06/2008


Trabalhando perguntas com os alunos dentro de uma proposta interdisciplinar

Esta proposta “Trabalhando perguntas” foi feita pela Interdisciplina do Seminário Integrador. Quando estava fazendo um levantamento em sala de aula, sobre as dúvidas que meus alunos tinham, percebi que as questões[1] levantadas por eles, suas dúvidas eram algo que fugia do tema ou mesmo da situação que eu esperava. Esperava perguntas relacionadas à questão sexual ou até mesmo perguntas que envolvessem futebol, novela, ou algo assim. Fiquei surpresa com as dúvidas que eles tinham! Na realidade eles estavam querendo saber sobre ontologia, metafísica, teoria do conhecimento. Fiquei no começo ansiosa, com medo, com receio de não dar conta de ajudá-los a resolver suas dúvidas. E ao mesmo tempo pensando até que ponto eu poderia ir sem prejudica-los na formulação de suas próprias respostas.
Em casa, procurando temas para trabalhar em sala de aula, encontrei, entre vários assuntos que poderia trabalhar, o Mito da Caverna de Platão reescrito por Maurício de Souza: Piteco e o Mundo das Sombras. Imprimi e levei para meus alunos.
Não funcionou como eu esperava.
Revi todo o meu planejamento e os modos de alcançar meus objetivos.
Voltei à pesquisa e encontrei novamente Piteco e o mundo das Sombras no site http://www.blogger.com/www.youtube.com juntamente com uma outra versão do Mito da Caverna.
Pois segundo José Manuel Moran, o vídeo nos ajuda como ilustração:

O vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor cenários desconhecidos dos alunos. Por exemplo, um vídeo que exemplifica como eram os romanos na época de Julio César ou Nero, mesmo que não seja totalmente fiel, ajuda a situar os alunos no tempo histórico. Um vídeo traz para a sala de aula realidades distantes dos alunos, como por exemplo, a Amazônia ou a África. A vida se aproxima da escola através do vídeo.

Estes dois vídeos podem ser vistos no meu pbwiki (http://elainemaria.pbwiki.com/).
Na escola, antes de assistirem o vídeo, trabalhei com eles Luz e Sombra, que era uma atividade proposta pela Interdisciplina Representação do mundo pelas Ciências e que de certa forma ajudaria a mim e os alunos mais tarde quando fôssemos assistir aos vídeos.
José Manuel Moran em seu texto fala que o conteúdo do vídeo pode ser utilizado como Conteúdo de Ensino:

Vídeo que mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares.

As atividades foram as seguintes:
+Tentar pegar a sombra do colega.
+Adivinhar que imagem o colega estava fazendo com as mãos.
+Colocar três tijolos empilhados em um espaço que pegava sol.
+ Observar a sua sombra com um intervalo de 15 minutos entre cada observação.
+A cada observação traçar a sombra dos tijolos no chão com giz.
Na sala de aula fiz várias perguntas que envolviam o tema Luz e Sombra. Entre elas:
+Para vocês o que é sombra?
+O que é luz?
+Doeu quando a sua sombra foi pisada?
+Por quê não doeu?
+ Em relação ao tijolo, por que tantas marcas de giz no chão?
+O tijolo se mexeu? Como isso aconteceu?

As respostas às perguntas foram dadas de forma coerente pela grande maioria dos alunos.
No outro dia fomos assistir aos vídeos que eu havia gravado. Não funcionou. Não teve jeito. Lembrei que eu os tinha no meu pbwiki, e como a escola possui todos os computadores conectados à Rede e Data-Show o problema foi solucionado.
Após assistir ao vídeo voltamos para sala e fizemos a interpretação oral do vídeo.
è Entenderam todas as palavras que foram apresentadas? Não? Quais? (coloquei-as no quadro e fizeram a busca nos dicionários).
Após, fizemos a dramatização com a ajuda do Sol que entrava por uma janela (três alunos sentados no chão e por trás deles os outros faziam brincadeiras com as sombras e emitiam diferentes barulhos e faziam imitações de animais e de pessoas).
Após, em forma de seminário[2], foram feitas por mim várias perguntas:
+ Reconheceram todas as imitações e todas as vozes?
+As sombras feitas pelos colegas eram de verdade? Sim? Não? Como vocês sabem? O vídeo não mostra que as três pessoas sempre viveram amarradas?
+O que era a realidade para elas?
+Vocês sempre conheceram tudo o que hoje vocês conhecem? (como por exemplo, o significado das palavras, que não conseguimos olhar diretamente para o Sol).
+Já fizeram essa experiência em um dia ensolarado quando vocês estão na rua e entram ligeiro dentro de casa, o que acontece?
+ E o contrário: estão dormindo e alguém liga uma lâmpada bem forte no quarto. O que acontece?
+Se vocês fossem obrigados a voltar hoje, agora, com todo o conhecimento que vocês já têm, para uma turma de primeiro ano, o que aconteceria?
+Vocês se sentiriam os mesmos da época que estavam numa turma de primeiro ano? Sim? Não? Por quê?
+ A professora trataria vocês do mesmo jeito que os outros alunos? Sim? Não? Por quê?
Para a aula de segunda-feira está planejado uma produção textual cujo tema será a releitura do Mito da Caverna.

Obs: estou postando hoje, mas ainda continuaremos em sala de aula com a mesma proposta.

[1] De onde eu vim? Não da onde eu nasci, isso eu já sei. Eu quero saber onde eu estava antes de entrar na barriga da minha mãe.
Quando eu morrer para onde eu vou?
Existe um lugar onde as pessoas mortas vivem?
Eu posso escolher o que vou ser quando crescer ou Deus já escolheu? Se Ele já sabe e eu não gostar, como eu faço?Isso ta certo?
Como eu sei se as coisas são de verdade? (Às vezes eu sonho e acho que aquilo é verdade)

[2] Deixei-os bem livre para participarem no momento que achassem oportuno. Nada foi obrigado.

domingo, 1 de junho de 2008

Lendo e relendo ...." E é isto que acontece na sala de aula?

Li os textos... refleti por longos períodos ... e resolvi abrir as situações que me causam angústias.
Tenho uma turma de 4ª série e querendo ou não, preciso dar conta do conteúdo que a Escola estabelece ( é o meu emprego, não?).
Tentei fazer com meus alunos as atividades propostas pela equipe de professores do Pead. E o conteúdo da série começou a acumular, as cobranças começaram, pois tenho notas a entregar, reuniões para relatar o andamento da turma ( e toda aquela burocracia que todo o professor de sala de aula conhece).
Cada atividade proposta pelos professores do Pead precisa ser planejada ( pois segundo me consta , está no planejamento a metade do êxito de determinada coisa) , elaborada, testada, aplicada ... e avaliada ... e assim o conteúdo da série começou a ficar para trás. Me perdi. Fiquei sem rumo. Entrei em crise. Pensei ... Repensei.
Lendo os textos do Seminário Integrador, principalmente o texto "Qual é a questão?" cheguei a um questionamento, a uma virada de mesa na parte que tem como subtítulo " E é isto que acontece na sala de aula?"
Pergunto professores: Como conciliar o meu lado profissional com o de aluna que quer e precisa de formação?
Como aplicar, com qualidade, todas as atividades da interdisciplina de matemática? Façam as contas: se para cada uma delas precisamos, em média, de três dias entre o planejamento e a avaliação? Isso sem contar as outras todas.

sábado, 17 de maio de 2008

Visão de mundo e representação

Meus alunos têm uma visão de mundo e o representa de forma extremamente crítica. Questionam toda a informação recebida. Penso que essa característica não é uma característica particular da Turma F41 da E.T.E. Marechal Mascarenhas de Moraes, ou mesmo dos alunos da minha Escola e sim algo bem universal, pois é pertencente a todas as crianças, segundo diversos autores especialistas em desenvolvimento infantil. O que vai diferenciar uma criança de outra é a representação de mundo, pois é algo pertencente, acho, posição, minha, a classe social a que cada criança pertence.
Quando chega na escola essa representação vai se uniformizando, conforme a representação de seu professor ou mesmo da Filosofia que a escola adota (e isso será o grande diferencial!). Não podemos negar que o modo que uma criança representa o mundo está diretamente ligado à representação de mundo do adulto. Recebemos em nossa Escola crianças de várias Escolas e percebe-se a importância da escola na forma em que acriança faz suas representações. Algumas de maneira muito rica e com conceitos bem estabelecidos, outras sem conceitos nenhum e outras já em processo de construção.Como lemos muito em aula (jornais, revistas, editoriais ...) e peço sempre para eles opinarem sobre o tema lido, isso vai ampliando suas visões de mundo e, às vezes, confirmando e alterando suas representações, ao mesmo tempo em que facilita suas elaborações de conceitos, até mesmo a sua reformulação, nas diferentes áreas de aprendizagem, tanto em matemática como em qualquer outra área de conhecimento.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Tempo ... Tempo ...

Estou ainda construindo com meu aluno a linha de tempo individual. Estamos ainda no período posterior ao nascimento. Com a ajuda da musica "Eu" vou trabalhar a linha anterior aos seus nascimentos; mas para isso preciso de TEMPO! Não é assim toma lá da cá. Os alunos têm um tempo diferente do nosso; aplicar esse trabalho em uma tarde seria algo totalmente sem propósito e isso iria contra os princípios que até então estamos estudando aqui no Pead.
Ao mesmo tempo em que as leituras e discussões me mostram que as práticas anteriores ao Pead estavam erradas e não de acordo com as necessidades educacionais atuais, sinto uma certa pressão e tenho que resistir em não aplicar determinados conteúdos ou propostas, simplesmente para apresentar "resultados bonitos" a professores e tutores. Quero e pretendo dar ao meu aluno aulas com qualidade e, essa qualidade, é representada pelo respeito ao tempo de cada um deles

domingo, 27 de abril de 2008

Elaine X Excel

Que briga com o Excel. Não que eu não saiba "mexer" com Planilhas, mas fazia tanto tempo que eu não fazia algo com tantos detalhes. Mas no final foi muito bom: relembrar, explorar, testar, proteger ... Resisti e muito em colocar algo bem colorido e piscante. Adorei.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Haddad anuncia informatização de escolas

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 22, em pronunciamento na televisão, que uma das missões mais urgentes do MEC é alinhar o modelo educacional brasileiro à revolução digital. O caminho encontrado para atingir essa meta é o investimento em infra-estrutura tecnológica, que vai permitir aparelhar com laboratórios de informática as escolas urbanas e rurais, capacitar os professores e oferecer conteúdos educacionais adequados.

No balanço, Haddad informou que, em 2007, o ministério equipou as escolas de ensino médio públicas e que, em 2008, estão em processo de compra 29 mil laboratórios de informática para as escolas do ensino fundamental. Mas, na sua avaliação, não basta ter laboratórios nas escolas, é preciso que estejam conectados à internet para produzir os efeitos esperados no aprendizado de crianças e adolescentes. “A conexão à internet possibilitará usar todo o potencial dos laboratórios enquanto ferramentas pedagógicas capazes de tornar mais eficientes os métodos de aprendizagem”, disse.

O ministro anunciou que, até 2010, todas as escolas públicas urbanas terão conexão gratuita de banda larga à internet. “São 55 mil escolas, onde estudam 84% dos alunos do ensino fundamental e médio.” O programa colocará em conexão cerca de 37 milhões de alunos. Além de atender os alunos das escolas urbanas por meio do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo), o ProInfo Rural vai integrar as escolas rurais.

Mas para que a tecnologia não fique parada ou que seja desperdiçada nas escolas, o Ministério da Educação já iniciou a capacitação de professores. Em 2008, a meta é capacitar mais de 100 mil professores, em parceria com os sistemas de ensino estaduais e municipais. O MEC também está cuidando dos conteúdos educacionais a serem oferecidos aos professores, gestores, diretores, coordenadores pedagógicos e estudantes. Esses conteúdos serão colocados num banco educacional para consulta e utilização dos educadores.

Ao oferecer laboratórios de informática para as escolas, conexão gratuita de qualidade e com velocidade, treinamento aos professores para o bom aproveitamento dos instrumentos da tecnologia e conteúdos pedagógicos, disse Haddad, o Ministério da Educação atende a uma das 40 metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que completa um ano na próxima quinta-feira, 24.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=10375



domingo, 20 de abril de 2008

Contrato de Aprendizagem 1ª Versão

Contrato de Aprendizagem

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Minha Linha de Tempo

Linha de Tempo

Li, gostei e estou repassando

Educação
O computador não educa, ensina

A tecnologia pode ser uma poderosa ferramenta
para facilitar o aprendizado, mas não pelas
razões que muita gente acredita


Monica Weinberg e Carlos Rydlewski

Fabiano Accorsi

|O UNIVERSO EM 3D|
Às vésperas do vestibular, alunos do COC, em São Paulo, são apresentados à formação do universo por meio de filme em três dimensões: a tecnologia estimula o aprendizado

A semana passada foi diferente das outras para a classe da estudante Emeline Kunz Pereira, uma gaúcha de 12 anos. Acostumados a assistir às aulas de porta aberta por falta de maçanetas e a pisar num chão que há anos carece de revestimento, os alunos da 6ª série da escola estadual Luciana de Abreu, em Porto Alegre, empreenderam uma viagem aos cinco continentes. Emeline sobrevoou as savanas africanas e ficou sem ar ao avistar pela primeira vez na vida a paisagem entrecortada pelos Alpes suíços. Filha de um zelador e de uma dona-de-casa, a menina, na realidade, nunca cruzou as fronteiras do Rio Grande do Sul, onde nasceu. A viagem da semana passada deu-se num ambiente virtual, por meio de uma pesquisa simples na internet, depois que a escola da estudante recebeu uma remessa de 100 laptops. Tornou-se com isso laboratório para uma experiência patrocinada pelo governo federal cujo objetivo (ainda distante) é presentear com um computador portátil cada uma dos 30 milhões de crianças da rede pública. Por enquanto, chegarão a apenas 1.000 estudantes de cinco escolas brasileiras, num projeto semelhante aos que estão sendo testados numa dezena de outros países em desenvolvimento. Eles têm em comum o mesmo caldo teórico: ao se distribuírem laptops a crianças pobres, acredita-se que elas ganhem uma ferramenta para descortinar novos – e mais promissores – horizontes na escola e em casa. Conclui a gaúcha Emeline: "É incrível o que a gente faz com esse computador nas aulas".

Mirian Fichtner

|PASSEIO PELOS ALPES|
Numa das primeiras atividades escolares com o laptop, a gaúcha Emeline, de 12 anos, empreendeu uma viagem virtual pelos cinco continentes: "Não tenho computador em casa e jamais imaginei que poderia usar uma máquina como esta. É muito legal", diz Emeline


A chegada dos laptops às salas de aula de um número imenso de escolas brasileiras traz ao país uma questão sobre a qual educadores no mundo todo estão debruçados: como fazer dos computadores, que abriram à humanidade uma nova dimensão de acesso às informações e à produção de conhecimento, um instrumento para transformar a velha escola, praticamente congelada no tempo desde o século XIX? Experiências recentes de países onde as crianças já usam a tecnologia para desbravar as matérias indicam que o efeito mais revolucionário dos computadores em sala de aula é o mesmo que os tornou imprescindíveis fora do ambiente escolar: sua capacidade de formar redes. Foi com a internet, à qual estão hoje conectadas mais de 1 bilhão de pessoas em todo o planeta, que o computador deixou de ser um acessório para facilitar a execução de operações matemáticas e se transformou numa ferramenta por meio da qual se faz a troca de idéias e são compartilhados projetos de pesquisa que transcendem as fronteiras geográficas. Em equipes espalhadas por diferentes países, os cientistas desvendaram em mutirão o genoma humano e conseguem mapear em tempo recorde vírus como o da sars, a síndrome respiratória aguda.

Para as escolas, ter os estudantes entrelaçados por meio de redes virtuais é uma novidade – e um avanço no aprendizado, como demonstram experiências (ainda isoladas) no mundo todo. Um bom exemplo vem do Japão. Estudar em rede lá tornou-se uma febre. Com o computador, as crianças dividem as etapas de um experimento de física e se lançam em longos debates literários. Tais atividades, previstas no currículo, se dão entre milhares de estudantes de diferentes escolas. Aplica-se com isso no ambiente escolar uma das leis fundamentais da informática, enunciada na década de 70 pelo americano Robert Metcalfe, pioneiro no uso da tecnologia para conectar as pessoas: quanto mais gente ligada a uma rede, maior é o seu poder. Pesquisas feitas em escolas que adotaram o trabalho em rede comprovam as palavras de Metcalfe. Os estudos enfatizam dois efeitos positivos das comunidades virtuais. Primeiro, elas abrem uma nova dimensão ao exercício intelectual, na qual as crianças são incentivadas a desenvolver rapidez de raciocínio para dar respostas on-line e a expor idéias diante de centenas de colegas virtuais. O segundo fato positivo é que as redes ensinam a trabalhar em equipe. "Aprender a produzir em rede é um pré-requisito às crianças do século XXI", resume José Armando Valente, do núcleo de informática aplicada à educação da Unicamp.

Fabiano Accorsi

|APRENDIZADO SEM FIO|
Conexão wireless permite que alunos da Fundação Bradesco, em Campinas, usem computadores no recreio. Até o fim do ano, eles vão levar os laptops para casa


Os efeitos do computador na educação crescem exponencialmente quando seu uso ultrapassa as fronteiras da escola – e nesse ponto a idéia do governo federal de distribuir laptops para que as crianças levem para casa é acertada. Uma pesquisa conduzida pela OCDE (organização que reúne países da Europa e os Estados Unidos) revelou que os melhores estudantes de 41 países são aqueles que cultivam o hábito de utilizar o computador em casa. O estudo esclarece as razões. Uma delas é que esses alunos dedicam 30% mais tempo aos estudos, atraídos por aulas virtuais como as que dá o professor brasileiro Soleiman Dias – na Coréia do Sul. Como os professores coreanos, ele reserva uma hora do dia para tirar dúvidas e propor desafios on-line. "Os alunos participam mais das aulas virtuais do que das tradicionais", constata Dias. Outro impacto positivo dos computadores em casa é que eles ajudam a aproximar os pais da vida escolar, fator decisivo ao bom resultado acadêmico. Dá-se de forma simples: a família passa a ter acesso às lições por meio de páginas da escola na internet. Será assim na casa da família Pereira, em Campinas. O filho, Victor, de 9 anos, em breve passará a trazer um laptop da escola, notícia que emocionou sua mãe, a costureira Sônia: "Ter um computador em casa era um sonho de todos nós". Victor estuda numa das escolas da Fundação Bradesco, que iniciou em setembro um projeto semelhante ao piloto do governo federal.

A primeira experiência de uso da tecnologia como ferramenta de ensino deu-se com as máquinas concebidas pelo psicólogo americano Burrhus Frederic Skinner, programadas para fazer perguntas que ganhavam complexidade a cada resposta correta. Acreditava-se que o reflexo condicionado pela tal máquina estimularia o aprendizado. Com a explosão dos computadores na década de 70, o assunto ressurgiu na contramão do que pregava Skinner: a nova corrente de entusiastas da tecnologia, encabeçada pelo doutor em matemática Seymour Papert, defendia a tese de que caberia às crianças programar as máquinas – e não o contrário. Elas aprenderiam por si mesmas, num processo que relegava aos professores papel de meros coadjuvantes de uma infindável exploração virtual. "A tecnologia substituirá a escola que conhecemos", pregava Papert. O radicalismo sugerido pelo matemático não vingou, o que não o impediu de influenciar especialistas como o americano Nicholas Negroponte. Ambos participaram da criação dos laptops escolares que chegaram a Porto Alegre. Seu maior chamariz em relação aos concorrentes, que também ambicionam conquistar as salas de aula brasileiras, é o preço: na casa de 350 reais (veja quadro).

Os especialistas costumam estar de acordo sobre um ponto básico: o computador pode, sim, dar contribuições relevantes à sala de aula, mas tudo depende de como se faz uso da tecnologia. A experiência internacional mostra que projetos parecidos com o que o governo brasileiro quer implantar às vezes são desastrosos. Nos Estados Unidos, por exemplo, escolas que distribuíram laptops às crianças voltaram atrás por ter chegado a uma conclusão desanimadora. O alto investimento não havia contribuído para a melhora no desempenho dos estudantes. Pior: os alunos perdiam tempo em navegações por sites de redes de fast-food, em chats e ainda tentavam driblar os filtros de segurança para acessar páginas pornográficas. Em escolas brasileiras, já se viu coisa semelhante.

Fotos Fabiano Accorsi
|DA GEOGRAFIA À MEDICINA|
Aluno do Objetivo usa realidade virtual para surfar sobre relevo do litoral paulista. O Centro de Telemedicina da USP transmite cirurgias e treinamento para sessenta instituições brasileiras

A principal causa do fracasso de tais programas é a falta de preparo dos professores. Diz a psicóloga Afira Ripper, discípula de Seymour Papert no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT): "Está provado que o computador não surte efeito na classe de um mau professor". A psicóloga remete a uma questão-chave para o sucesso de um programa como esse no Brasil: como tirar proveito dos laptops em escolas cujos professores mal conseguem formar estudantes capazes de concluir as operações fundamentais da matemática? As experiências brasileiras de levar computadores às escolas públicas, até então, foram um fiasco. Elas esbarraram em dificuldades básicas. A antropóloga americana Juliane Remold dedicou dois anos à observação de trinta escolas brasileiras equipadas com computador e traçou um cenário desolador. A metade das máquinas acumulava pó nos laboratórios porque careciam de manutenção ou eram ignoradas pelos professores, que muitas vezes não sabiam sequer ligar o equipamento. O restante dos computadores, mesmo em uso, servia apenas às burocráticas aulas de informática.

Outra barreira que merece atenção no caso brasileiro é a falta de segurança oferecida aos computadores pelas escolas públicas, alvos freqüentes de roubos e assaltos. No colégio Luciana de Abreu, de Porto Alegre, tem-se uma idéia mais concreta do problema. Como a maioria das classes não tem maçanetas nas portas, os 100 novos laptops testados pelo colégio passam a noite trancados na sala do diretor, Iron Rodrigues. "Vou apelar para a ajuda da Secretaria de Educação", desabafa o diretor. Um detalhe: parte dos computadores deveria ser levada pelos alunos para casa, conforme prevê o projeto. Mas os pais resistem à idéia. Como os filhos andam de ônibus, eles temem que os laptops (fabricados em verde fosforescente) despertem o interesse dos ladrões.

São dados que evidenciam a complexidade do projeto. Olhar para as soluções encontradas em outros países e (mais raramente) no Brasil pode ser esclarecedor. O primeiro ponto que aproxima os casos de sucesso é o investimento na formação e no treinamento de um time de profissionais capaz de incorporar os computadores à vida escolar. Em países como o Canadá, leva-se o assunto tão a sério que as universidades oferecem uma especialização para isso. As escolas canadenses contratam pelo menos um desses profissionais, encarregado de organizar a biblioteca de software (sim, no Canadá toda escola pública tem uma do gênero) e orientar os professores sobre o uso do computador em cada disciplina.

Essa e outras bem-sucedidas experiências enfatizam ainda a idéia de que o computador pode funcionar como poderoso motivador ao aprendizado. Afinal, ele traz à sala de aula uma linguagem com a qual os estudantes estão familiarizados – e adoram. Um dos trunfos de escolas européias e americanas foi ter programado as máquinas para dar respostas imediatas: os alunos são avisados no momento exato em que cometem um erro ou acertam. As respostas instantâneas, dizem as pesquisas, incentivam mesmo os mais desinteressados da classe a seguir com a exploração virtual: eles se sentem como num jogo. Quando bem usados, os computadores também têm contribuído, de forma decisiva, para despertar o interesse pela leitura. Depois que os livros ganharam formato digital – com imagens animadas e recursos sonoros – bibliotecas de escolas, como as da Coréia do Sul, passaram a receber 20% mais estudantes.

Nenhuma experiência, contudo, encanta tanto os estudantes quanto a de embarcar numa viagem virtual simulada pelo computador. Nesse caso, os softwares oferecem (literalmente) o céu. Permitem que as crianças aprendam geografia ao "sobrevoar" os diversos relevos e vegetações do planeta. Tornam possível que elas enxerguem o interior de uma célula em seus microscópicos detalhes, numa projeção em 3D. Executam experiências com substâncias tóxicas – sem que seja necessário tocá-las. Os estudantes manipulam líquidos inofensivos, e o computador faz a simulação. Sem ele, tais tarefas acabariam excluídas do currículo – e a aula de ciências seria menos atraente. No caso brasileiro, a simulação é um recurso que pode abrir a alunos pobres oportunidades intelectuais que dificilmente teriam ao longo da vida escolar. Por meio do computador, estudantes de medicina na Amazônia recebem imagens on-line de uma cirurgia de alta complexidade realizada na Universidade de São Paulo. Em ainda raras escolas públicas do país, os estudantes aprendem sobre a era medieval ao embrenhar-se num passeio em 3D pelos corredores do Louvre, em Paris. Eles têm a sensação de tocar as roupas de época e de estar diante de um quadro de Giotto. Resume o especialista Claudio de Moura Castro: "O computador pode democratizar o acesso às informações".

Ao se distribuírem laptops a estudantes brasileiros, dá-se a eles um bilhete de entrada a um gigantesco banco de dados digital. É como se ali estivessem armazenados 40 bilhões de toneladas de papel – 6 toneladas por habitante do planeta. Nem tudo se presta ao enriquecimento intelectual, como se sabe, mas a parte útil desse mundo virtual representa um novo modelo para a educação. Antes da internet, aceitava-se a idéia de que a leitura de uma boa bibliografia dava aos estudantes o "domínio da matéria". Com as novas informações acumuladas dia a dia na rede, o desafio é outro: tornou-se vital desenvolver a habilidade de achar o que se precisa em meio a esse universo de exploração aparentemente ilimitado. O acesso ao computador é, portanto, básico – e o fato de o governo cogitar fazê-lo chegar a milhões de estudantes, em tese, é bom. Mas restam questões práticas a enfrentar ao investir num projeto que encareceria em 40% os gastos oficiais com os estudantes da rede pública. A primeira delas é concentrar esforços para elevar o nível dos professores. Só assim o ensino brasileiro terá chance de deixar a rabeira nos rankings internacionais – e os laptops poderão ampliar o horizonte de crianças pobres como Emeline Pereira e seus colegas de Porto Alegre.

UM LAPTOP CONTRA A POBREZA

O computador que pode levar o mundo digital a quase todas as salas de aula tem um pai – o americano Nicholas Negroponte. Há menos de dois anos, ele surgiu com uma idéia que conquistou o interesse mundial: fabricar um laptop para ser usado por estudantes em países pobres cujo custo fosse de 100 dólares. Esse valor, hoje pouco mais de 200 reais, um décimo do preço de um aparelho similar vendido nas lojas, tornaria viável a criação de projetos para o uso em massa desses equipamentos em salas de aula. O impacto causado pela apresentação do protótipo dessa nova máquina deveu-se, em parte, ao currículo e à credibilidade do autor do anúncio. Nicholas Negroponte é co-fundador do lendário Media Lab, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). O equipamento, batizado de XO, é uma pequena maravilha tecnológica. O verdadeiro foco de Negroponte, no entanto, não está nos circuitos eletrônicos, mas no uso que terá.

Uma das principais inovações do laptop está na forma como é feita a relação entre a máquina e quem a utiliza. Desde o lançamento do pioneiro Macintosh, da Apple, em 1984, os computadores funcionam como uma metáfora de uma mesa de trabalho, onde ficam textos, planilhas, documentos. No XO, a interface privilegia a conexão entre os usuários. Assim que é ligado, o laptop mostra todos os aparelhos das imediações que estão funcionando em rede. Negroponte sustenta ainda que, quanto mais precária a escola, mais relevante se torna o uso dos laptops: "O XO amplia o tempo de aprendizado do aluno, na medida em que pode ser usado em casa e em outros lugares. Isso favorece a educação, que é a principal forma de combatermos a pobreza em todo o mundo".

O uso de computadores em escolas é um sonho antigo de Negroponte. Em 1981, ele e o sul-africano Seymour Papert, matemático e educador, uma espécie de Jean Piaget do mundo digital, instalaram experimentalmente aparelhos Apple II, um dos primeiros computadores pessoais, em uma escola na periferia de Dacar, no Senegal. Em 2001, foi a vez do Camboja. "Usamos notebooks para ligar escolas, cujo acesso era tão difícil que ninguém conseguia visitá-las no período de chuvas", diz o cientista. Animado com essa experiência, Negroponte e sua mulher, Elaine, criaram a organização One Laptop per Child (OLPC, sigla em inglês de Um Laptop por Criança). A entidade é mantida por mais de uma dezena de patrocinadores, entre os quais gigantes como o Google, a AMD, a Nortel e o Citigroup.

O desafio da produção de uma máquina de 100 dólares ainda não foi vencido e depende, sobretudo, da escala de fabricação. Hoje o aparelho custaria 175 dólares. De qualquer forma, mesmo com o preço acima do previsto, Negroponte acredita que o custo-benefício justifica a adoção dos portáteis nos colégios. Ele explica: "Em menos de um ano, o valor do XO baixará para 150 dólares. Considerando as despesas de conexão e o fato de que o equipamento tem vida útil de cinco anos, o gasto mensal por aluno seria de 3 a 4 dólares. Existe uma forma melhor de gastar 3,50 dólares em um mês?".




Fonte: Revista Veja, disponível em http://veja.abril.com.br/160507/p_086.shtml


Usando o Computador ...

Quando começaram as aulas do Pead, meu domínio sobre o computador era mínimo. Não domino completamente a máquina mas comparando o antes e depois do Pead ... quanta diferença!
Agora vejo o computador como uma ferramenta muito importante para o processo de ensino. É algo que veio para ficar e é uma das competências do professor atual. O nosso aluno já não aceita mais o mesmo tipo de aulas e professores que seus pais e avós tiveram. É algo novo sim e, é dever e obrigação do educador, comprometido com seu tempo, dominar e utilizar.

Reflexão sobre defesa da Síntese

O novo tem a capacidade de nos assustar e essa é uma das características do ser humano. O susto perante o novo. Como também é característica o querer conhecer.

Estamos pisando em um terreno totalmente desconhecido, tanto para nós alunos quanto para vocês professores. Às vezes o medo de errar nos faz andar com passos vacilantes e ansiosos. Custamos a nos dar conta que fazemos parte do processo, que estamos aqui para isto: aprender. E esse aprender envolve errar também. E graças à orientação, compreensão e ajuda de todos os professores, tutores e colegas estamos vencendo. O que parecia ser de difícil compreensão no início, agora passa a ser, com a ajuda de todas as pessoas envolvidas, algo muito bom de realizar.

A máquina começa a se revelar para nós, se deixa conhecer por nós. O medo diante do novo começa a desaparecer. E a vontade de aprender se faz mais forte. Sei que novos sustos voltarão para nos tirar o sono, mas também sei que ficarão para trás, na estrada que agora percorremos. Estrada que me levará com certeza, a ser melhor pessoal e profissionalmente.

A avaliação, naquele dia muito quente de janeiro, me fez sentir medo de não conseguir dar conta novamente do novo. Nunca havia sido avaliada daquela forma e hoje me dou conta que somente foi utilizada uma nova maneira de avaliação, onde me colocaram à vontade para explicar como realizei e como me senti frente às atividades propostas.

domingo, 30 de março de 2008

Comentário da Semana

Mandei e-mail relatando que não pude ir à aula presencial e por este motivo fiquei sem grupo.
Após muitos dias de angústia resolvi trabalhar sozinha e acho que fiz todas as atividades solicitadas pela interdisciplina. Atividades essas que me despertaram muito interesse e me fizeram voltar a ser criança, pois passei muitas horas brincando com os jogos propostos. Adorei e muitos deles já selecionei para aplicação em sala de aula.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Esquecimento

Durante as férias muitas coisas ocorreram... algumas ruins, outras boas e outras muito ruins.
Acabei esquecendo a minha senha do antigo portfólio. Aprendi a não confiar somente na memória, agora anoto as senhas de acesso.