segunda-feira, 14 de junho de 2010

Respondendo à Anice

Muitos professores estão em uma sala de aula, mas não tem a mínima consciência do que é ser educador. Simplesmente jogam para o aluno o conteúdo programado.

Sempre gostei da sala de aula e tentava sempre estar a par de leituras sobre a prática docente. Nunca me acomodei e sempre estive em busca de assuntos novos e atuais. Pesquisava muito, mas não me dava conta do ato de pesquisar.

Lendo Pedagogia da Autonomia de Freire percebi que muito, do que ele fala a respeito do “bom” educador, eu já vinha fazendo.

Eu já vinha desenvolvendo, mas sem me dar conta, a educação estética que Freire propõe.

“Saber que não posso passar despercebido pelos alunos, e que a maneira como me percebam me ajuda ou desajuda no cumprimento de minha tarefa de professor, aumenta em mim os cuidados com meu desempenho. Se a minha opção é democrática, progressiva, não posso ter uma prática reacionária, autoritária, elitista. Não posso discriminar o aluno em nome de nenhum motivo. A percepção que o aluno tem de mim não resulta exclusivamente de como atuo mas também de como o aluno entende como atuo. (FREIRE, 2006, p. 97)”.

Comecei a ver com maior nitidez o que seria um ato estético, ato que Freire tenta nos mostrar na Pedagogia da Autonomia. Cabe a nós educadores mostrar o que é o Belo na educação, o lado estético.

Lado estético que deverá ser mostrando desde o momento que o professor entra em sala, cumprimenta e fala com seu aluno.

Lendo e refletindo com Freire penso que consegui encontrar meu verdadeiro papel profissional, pois meus alunos apresentam interesse em descobrir, gostam de pesquisar, não são acomodados, mas ao mesmo tempo são tranqüilos e alegres.

domingo, 13 de junho de 2010

Paulo Freire

Lendo Pedagogia da Autonomia de Freire (2006, p. 7-8), percebi que o índice, por si só já é uma grande aula de reflexão. No índice dos capítulos, está sintetizado o que é necessário para que o educador compreenda e o que ele realmente precisa para exercer com amor a sua função, desenvolvendo um trabalho prazeroso: Um simples índice de livro passa a ser uma das maiores referência para o educador que realmente queira ensinar a autonomia para seus educandos, pois este índice diz:

“Ensinar exige rigorosidade metódica;

Ensinar exige pesquisa;

Ensinar exige respeito aos saberes do educando;

Ensinar exige criticidade;

Ensinar exige estética e ética;

Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo;

Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação;

Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática;

Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural;

Ensinar exige consciência do inacabado;

Ensinar exige o reconhecimento do ser condicionado;

Ensinar exige respeito a autonomia do ser do educando;

Ensinar exige bom senso;

Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores;

Ensinar exige apreensão da realidade;

Ensinar exige alegria e esperança;

Ensinar exige a compreensão de que a mudança é possível;

Ensinar exige curiosidade;

Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade;

Ensinar exige comprometimento;

Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo;

Ensinar exige liberdade e autoridade;

Ensinar exige tomada consciente de decisões;

Ensinar exige saber escutar;

Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica;

Ensinar exige disponibilidade para o diálogo;

Ensinar exige querer bem os educandos”.