domingo, 28 de setembro de 2008

Paulo Freire e Maturana.

Luciane M. Corte Real em seu texto diz “Quando, numa conversação, muda a emoção, muda também o fluxo das coordenações de coordenações comportamentais consensuais e vice-versa. O entrelaçamento do linguajar com o emocionar se estabelece na convivência, adquirindo uma estabilidade que gera consensualidades. Podemos observar redes de conversação que configuram relações hierárquicas baseadas no medo. Outras, que configuram relações mais heterárquicas, baseadas no amor. Se levarmos isso ao cotidiano das relações entre educadores e educados, também podemos verificar que tais emoções condicionam posições frente à aprendizagem, facilitando-a ou dificultando-a.”
Paulo Freire (Pedagogia da Autonomia, p. 69) diz que historica e socialmentes, nós homens e mulheres nos tornamos os únicos capazes de aprender. Somos os únicos seres “em quem aprender é uma aventura criadora”. Aprendemos e aprender para nós é construção, reconstrução. E essa construção e reconstrução são muito mais do que algo condicionado.
Percebe-se na fala dos dois autores a importância da linguagem, pois é ela, a linguagem, que determina a posição do homem no mundo e estabelece o desenvolvimento humano. E falar está diretamente ligado ao escutar e somente que escuta é capaz de “falar” como afirma Freire (p.113). E esse falar podemos entender em Maturana como “determinado encontro com o outro”.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

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Primavera

Primavera

Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


domingo, 14 de setembro de 2008


Maturana

“A emoção fundamental que torna
possível a história da hominização é o amor” (Maturana, 1999, p. 23).
Maturana defende a idéia que o fazer e o conhecer têm um importante papel no desenvolvimento e no agir humano e será isso que estabelecerá as nossas relações.
A emoção mostra como agir e a linguagem mostra como estabelecer relações com o emocionar do outro.
Viver e conhecer são pré-requisitos da condição humana. Viver e conhecer portanto estão em relação direta, pois quem vive conhece e quem conhece estabelece relações, aceitando-as ou modificando-as, pois o nosso mundo é a nossa visão deste mundo e nós observadores do mundo não somos seres separados dos fenômenos que observamos. E nesse aceitar ou recriar vamos nos socializando.
O ato de socialização, da aceitação do próximo, do reconhecimento que o "outro" é o outro "eu" são atos que possibilitam a construção do amor.
Isso lembra muito Paulo Freire quando diz: "Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo,que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."
E também lembra muito Martin Heidegger quando ele diz que a linguagem é a casa do ser e, também quando ele afirma que vivemos neste mundo de forma inautêntica, alienando-nos e esquecendo-nos do "ser".

sábado, 13 de setembro de 2008

Passos para desenvolver um Projeto

1.Introdução
2.Justificativa
3.Objetivos
3.1Objetivo Geral
3.2Objetivo Específicos
4.Marco Teórico e Revisão Bibliográfica
5.Metodologia
6.Cronograma
7.Referência
8.Anexo (se houver)


1.A introdução deve conter.
a)A Descrição do Tema Geral
b)A Delimitação do Tema Geral (que poderá aparecer como subtítulo)
c)O problema encontrado dentro do tema que será oproduto final da pesquisa.
d)Na introdução dispensa-se citações.

2.A Justificativa deve conter:
a)As razões que motivaram a escolha do tema (o por que de um determinado tema)
b)Assinalar a importância do tema escolhid: para a escola, para o grupo, para a sociedade, entre outras.

3.Os Objetivos devem conter:
O objetivo geral que é formulado a partir do tema geral mais o problema que a investigação vai esclarecer.
Os objetivos específicos que traduzem as etapas que o autor do Projeto terá que percorrer para a realização do objetivo geral.

4.O Marco teórico e a Revisão Bibliográfica devem conter:
a)a descrição do pensamento (a concepção teórica, a idéia central do autor ou autores) que trataram do tema escolhido.
b)B) Breve relato histórico do aparecimento do tema e como este tema está sendo estudado atualmente.
c)Indicação dos textos e dos autores que tratam do tema.
d)Definições de alguns termos essenciais para compreensão do tema (o glossário).

5.A Metodologia deve conter:
a)O Tipo de Pesquisa que norteara o trabalho monográfico (Pesquisa Instrumental – dogmática. Sócio-Jurídica ou Epistemológica (Jurídico-filosófica).
b)Os Métodos que serão empregados na Pesquisa (Dedutivo, Indutivo, Diáletico, Histórico, Interpretativo, Estudo de caso etc).
c)As técnicas que serão também utilizadas (Pesquisa bibliográfica, Pesquisa documental, Entrevistas, Questionários).

6.O Cronograma deve conter:
As atividades que comporão a Pesquisa, repartidas eqüitativamente dentro do tempo que o autor dispõe para sua realizçaão.Saõ elas basicamente as seguintes; (Pesquisa Biliográfica, Leitura e fichamento do material coletado, Redação, Revisão da redação, Redação definitiva).

7.As Referências devem conter:
Listagem dos livros, artigos de revista e jornais ou textos captados na Internet que contribuíram para elaboração do Projeto, de acordo com as regras da ABNT.

Disponível em: http://www.ccj.ufpb.br/pdf/modeloprojeto.pdf