A educação libertadora é o conceito de educação, buscado em Freire, que parece nortear o Parecer CEB 11/2000, pois na leitura do mesmo, o EJA tem a função de resgatar uma dívida histórica que a sociedade mantém com os menos favorecidos. Por muito tempo uma grande parcela de cidadãos se viu à margem da sociedade devido à falta de alfabetização que não lhes foi proporcionada por diferentes motivos.
O atual sistema capitalista que tanto beneficia alguns faz com que uma grande parcela da sociedade seja esquecida. A sociedade por muito tempo esqueceu-se de letrar aqueles que a faziam crescer.
Uma lei voltada para o assunto tem a esperança (utopia, como diria Freire) de resgatar essa tão grande dívida.
Para tentar estabelecer este diálogo e resgatar esses cidadãos a EJA se articula em torno de quatro fundamentos:
aprender a conhecer adquirindo instrumentos de compreensão;
aprender a fazer para agir sobre o meio envolvente;
aprender a viver juntos, para participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas;
aprender a ser para melhor desenvolver a sua personalidade.
Estes quatro eixos giram também no entorno do conceito de igualdade, pois somente a educação faz com que o homem busque ser autor de sua história.
O papel dos professores, ou melhor o desafio dos professores, será no que diz respeito a formação. Esta deverá ser permanente e também os conceitos éticos,destes profissionais, deverão estar voltados para uma perspectiva emancipatória. Os professores que desejam trabalhar com alfabetização de adultos, ou mesmo com a educação de adultos em outros níveis tem de se dar conta que esse ensino não poderá se dar de forma mecânica num simplório ato de juntar letras ou mesmo formar frases. Esses profissionais precisam estar preparados para um desenvolvimento crítico da leitura de mundo onde a emancipação se dará e as transformações sociais ocorrerão.
Pode-se entender pela leitura do Parecer que a EJA tenta resgatar e provocar, através do estudo, a reflexão grande parcela de cidadãos que por motivos diversos se manteve afastada dos bancos escolares.
Numa sociedade extremamente competitiva os menos favorecidos são jogados à margem da mesma. São obrigados a exercerem suas atividades naquilo que chamamos de subemprego e que por sua vez, por falta de um pensamento reflexivo, conduz a marginalidade.
Com a finalidade de resgatar esses cidadãos, educando-os para elaboram uma leitura crítica de mundo, a EJA está fazendo o seu papel; capacitando os menos favorecidos, elevando sua estima, tornando-os capazes de entrarem no mercado de trabalho e de buscarem seus conhecimentos.
A EJA deve estar voltada para o mundo do aluno. Preparando- os para conhecerem e viverem o mundo.
Para que o conceito principal da EJA se concretize, ou seja, para que a educação se torne em algo realmente que liberte, é preciso que se parta do mundo vivido, de um contexto concreto para que o aluno se insira, no mercado de trabalho, em algo que realmente saiba e goste de fazer, pois se assim for, o homem será capaz de construir a sociedade.
O trabalho ao mesmo tempo em que cria condições que favorecem o homem também o escraviza e o professor da EJA deverá ter muito cuidado para não passar leituras de mundo erradas ou ideológicas.
1 comentários:
Olá, Elaine!!! Fizeste uma ótima postagem, pois explica ao leitor sobre o EJA e, ao mesmo tempo, fazes uma reflexão a respeito. É exatamente este o propósito do portfólio de aprendizagem. Abraço, Anice.
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