terça-feira, 12 de outubro de 2010

Carl Marx e Paulo Freire

Parece-nos que o pensamento de Freire e de Marx em diversas circunstâncias se mostram muito próximos no que se refere à luta de classes e da desigualdade social. Os dois autores falam e defendem a idéia que a luta dos oprimidos, dos excluídos deve ser feita por eles mesmos com o objetivo de se verem e passarem a lutar por sua valorização e melhores condições de vida e educação.
No prefácio da Pedagogia da Autonomia Ernani Maria Fiori concorda com ambos, quando diz:

"Paulo Freire é um pensador comprometido com a vida: não pensa idéias, pensa a existência. É também educador: Existência seu pensamento numa pedagogia em que o esforço totalizador da práxis humana busca, na interioridade desta retotalizar-se como ‘prática da liberdade’. Em sociedades cuja dinâmica estrutural conduz à dominação de consciências, ‘a pedagogia dominante é a pedagogia das classes dominantes”. (FIORI, in FREIRE, 2007).

Mas em Freire tem algo que o diferencia de Marx.
A esperança.
Marx esqueceu ou negou o papel do sujeito individual na história. Centrou suas reflexões nas estruturas objetivas, no mundo macro, na luta coletiva. Não pensou que as transformações sociais não podem ocorrer sem a vida rotineira e concreta de seres individuais.
Freire não. Freire afirmava a existência da subjetividade como condição da revolução da transformação social. Freire era esperançoso.
A esperança, necessidade que move o homem e sem a qual não seria possível “a luta”.

MARX, Karl & ENGELS, F. Manifesto Comunista. São Paulo: CHED, 5ª ed., 1984.
____. Crítica da educação e do ensino. Lisboa: Moraes, 1978.

Fiori, Ernani Maria. Aprender a dizer a sua palavra in Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.

1 comentários:

Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Eliane:

Adorei estas palavras todas. Nunca pensei comparar os dois autores e perceber suas semelhanças e diferenças. Achei bárbaro!

Grande abraço, Anice.